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25 julho, 2007

Wondering...



Hoje vi-te. A ti.
Saí de casa a correr, o relógio já há muito que tinha tocado, estava atrasada. O trabalho tem sido muito e o cansaço proporcional, e assim apetece sempre ficar mais um minuto no quentinho da cama, até já não poder mesmo mais. Até à última. E foi quando eu ia nesta minha correria matinal (porque o autocarro já lá vinha e já não podia dar-me ao luxo de esperar pelo próximo ou de ir a pé) que te vi. A ti.
Naquele breve instante tudo parou, esqueci o autocarro, as pessoas no meio do caminho, tudo. Tu estavas ali, diante de mim, quando menos te esperava. O coração entrou em sobressalto, disparou. De repente, aquele friozinho na barriga. Por momentos não sei o que senti. Foi um misto de emoções.
E foi só quando o meu cérebro finalmente processou completamente a informação, é que percebi. Não eras tu. Não podias ser. O cérebro dizia-me qual a probabilidade, ou melhor, a impossibilidade, de seres. Tu não podias estar aqui.
E não estavas. Os meus olhos trairam-me.
Só depois de ter retomado a consciência é que pude analisá-lo. A ele. Aquele que, embora desconhecido, por momentos me tinha tirado o chão. Não eras tu. Era parecido, muito, contigo.


Foi curioso isto ter acontecido. Fez-me pensar.

O tempo passa e não nos afastamos.
Pergunto-me porquê...
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