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17 maio, 2008

Se o sol se atravessa no caminho de um homem,
a luz pode empurrá-lo para o sonho. Então, fecha
os olhos; espera que as imagens se apaguem
do seu horizonte; e entra no vazio que a treva lhe
oferece. O sol, porém, continua a brilhar. E ele
insiste em manter os olhos fechados. Anda,
com passos hesitantes, num caminho de luz;
as mãos procuram um apoio na sombra que
não encontra. E quando volta a abrir os olhos,
os sonhos continuam à sua frente, como se
fizessem parte do seu destino.

Nuno Júdice, A matéria do poema, Abril de 2008

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